Resumo

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são ambientes de risco, onde processos e dispositivos invasivos — que podem causar infecções e aumentar o tempo e o custo da internação — são necessários para a manutenção da vida.  Mesmo que as falhas na assistência, na maioria das vezes, não sejam intencionais, podem acarretarem dano, com prejuízos físicos, emocionais, sociais e até fatais aos pacientes. As IRAS são exemplos dessas condições que causam danos ao paciente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos países em desenvolvimento, 10 em cada 100 pacientes hospitalizados ficam expostos a infecções associadas a cuidados de saúde. No Brasil, o cenário não é diferente: acredita-se que cerca de 70% dos danos registrados nos hospitais do país são evitáveis. Assim, o Ministério da Saúde (MS) instituiu, em 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que contribui para a qualificação do cuidado nos estabelecimentos de saúde públicos e privados.


Introdução

O projeto Saúde em Nossas Mãos foi elaborado de forma colaborativa pelos hospitais PROADI-SUS e pelas equipes técnicas da Coordenação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), Coordenação Geral de Atenção Hospitalar e de Urgência do Departamento de Atenção Hospitalar da Secretaria de Atenção à Saúde (CGHOSP/DAHU/SAS/MS).

 

Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS), o Saúde em Nossas Mãos espera reduzir, em médio prazo, a incidência das principais infecções hospitalares, além de disseminar o modelo de melhoria para outras unidades e hospitais, bem como demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a expectativa é contribuir com a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança do paciente.

 

Iniciada as ações do projeto ainda no ano de 2017, em dois triênios de execução, entre os anos de 2018 a 2023, o Saúde em Nossas Mãos contou com a participação de 304 hospitais, em todas as unidades federativas do país

Elaborado de forma colaborativa pelos hospitais PROADI-SUS e pelas equipes técnicas da Coordenação do PNSP e da Coordenação Geral de Atenção Hospitalar e de Urgência do Departamento de Atenção Hospitalar da Secretaria de Atenção à Saúde (CGHOSP/DAHU/SAS/MS), o projeto utiliza uma metodologia que pressupõe a participação ativa de todos os envolvidos, para a efetiva implementação dos processos, desta forma oportunizando o aprendizado a toda equipe multiprofissional com o lema "todos ensinam e Todos aprendem".  Dentre as práticas de prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) consagradas globalmente, serão implementados ou aprimorados protocolos de higienização das mãos. Objetivando reduzir a densidade de incidência das IRAS - Infecção primária de corrente sanguínea laboratorialmente confirmada IPCSL)​, pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) e infecção do trato urinário associada ao uso de cateter vesical de demora (ITU-AC), os resultados alcançados em dois triênios sempre superaram 50% de redução no agregado quando comparada à linha de base dos hospitais participantes.


Métodos

O projeto utiliza a metodologia denominada “modelo de melhoria”, proposta pelo Institute of Healthcare Improvement (IHI) e aplicada com sucesso em várias iniciativas colaborativas ao redor do mundo. Primeiramente, é feito um teste em pequena escala, em um grupo de pacientes e profissionais da saúde, que resulta em aprendizado e adaptações.

Uma vez testado e implantado, procede-se para o restante da unidade progressivamente. A capacitação das equipes acontece por meio de encontros virtuais e presenciais, permitindo uma rica troca de experiência entre os hospitais. As melhorias implantadas são monitoradas por indicadores e por visitas técnicas in loco, realizadas pelas equipes dos hospitais de excelência.

São compostas equipes multidisciplinares nas diferentes áreas de interesse em torno da UTI, além da nomeação de líderes de projeto em cada hospital, responsáveis por engajar as equipes e estimular a implementação de práticas seguras, a partir das metodologias e ferramentas específicas de qualidade e segurança do paciente.

Além dessas frentes, o projeto prevê a incorporação de uma rotina de coleta de dados e indicadores relacionados aos protocolos utilizados pela iniciativa. Assim, é possível uma análise mais precisa de indicadores como a quantidade de vidas salvas e a economia gerada para o SUS. Ao final, espera-se que os profissionais utilizem o método, as ferramentas e técnicas necessárias para trabalhar a implantação de protocolos de segurança nos hospitais.

No triênio 2024-2026 acompanharemos 300 UTIS. Cada hospital proadi denominado HUB acompanhará 50 UTIs, sendo responsável por compartilhar e trocar experiencias relacionadas a execução das boas práticas assistenciais, e por aprimorar a equipe na metodologia. Esse suporte contínuo às equipes ocorrerá por meio das sessões de aprendizagem e pelas visitas técnicas, ambas presenciais e virtuais.

Para participar, o hospital deve atender aos seguintes critérios de seleção do Ministério da Saúde:

  • Ser hospital público ou filantrópico;
  • Ter no mínimo 100 leitos ativos;
  • Possuir no mínimo 10 leitos de UTI adulto ou pediátrico;
  • Ter leitos cirúrgicos
  • Ter uma equipe dedicada ao projeto, que deseja aprender a metodologia e implantar as práticas seguras e prevenção de infeções em suas UTIs;
  • Ter apoio institucional para se candidatar (responsável legal do hospital).

  • Resultados

    Tem como objetivo reduzir em 50% as infecções associadas a dispositivos invasivos - infecção primária de corrente sanguínea laboratorialmente confirmada (IPCSL), pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) e infecção do trato urinário associada à cateter vesical (ITUAC) em até 300 UTIs (adulto, pediátrica e neonatal, em diferentes proporções), distribuídas em território nacional, em 33 meses. 


    Equipe

    • Hcor




    • Hospital Alemão Oswaldo Cruz




    • Hospital Israelita Albert Einstein




    • Hospital Moinhos de Vento




    • Hospital Sírio-Libanês




    Conheça outros Projetos_