Resumo

O projeto de Reestruturação de Hospitais Públicos (RHP) completou 15 anos de atuação e mantém como objetivo o aprimoramento da gestão e da qualidade do cuidado assistencial com foco na segurança do paciente. Atualmente, com a proposta colaborativa entre três Entidades de Saúde de Reconhecida Excelência (ESRE), Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Hospital Moinhos de Vento (HMV) e Hospital Sírio Libanês (HSL), mais de 140 hospitais serão contemplados durante os anos 2024-2026, a partir das oportunidades de melhoria  identificadas através da avaliação diagnóstica, com uso da Ferramenta de Avaliação Hospitalar (FAHosp).

A definição dos hospitais é realizada por meio das deliberações em Comissões Intergestores Bipartite (CIB), inicia-se o período de avaliações diagnósticas com uso da FAHosp. Serviços que apresentam resultados até    40% de conformidade são encaminhados para a metodologia de ciclos longos, caracterizados em módulos (planejamento, implantação, monitoramento com avaliação final) com duração média de 15 meses visando à qualificação assistencial por meio de capacitações e assessoria. Serviços com resultados superiores a 40% de conformidade são encaminhados para a metodologia de interferência rápida, nomeada como RHP FAST, por 6 meses para o aprimoramento de práticas específicas para o Núcleo Interno de Regulação (NIR), Farmácia Clínica ou Núcleo de Agendamento Cirúrgico (NAC).


Introdução

Reconhecer potencialidades e fragilidades a partir do diagnóstico do serviço é o primeiro passo para promover mudanças e qualificar a assistência. O projeto RHP utiliza a FAHosp, ferramenta construída de acordo com o cenário dos serviços públicos de saúde e validada pelo Ministério da Saúde em 2017. A partir deste contexto gera-se o plano de ação específico à necessidade do serviço visando evoluções dos processos assistenciais e de gestão. Esta metodologia vai totalmente ao encontro da VI diretriz da Política Nacional de Atenção Especializada (PNAES), Portaria GM/ MS. n° 1.604, de 18 de outubro de 2023,  publicada em Diário Oficial da União em 20 de outubro de 2023, na qual assume a “promoção da cultura de segurança do paciente nos serviços especializados, de acordo com suas especificidades, por meio de monitoramento, avaliação e controle de estruturas, processos e resultados assistenciais, para garantir a qualidade no cuidado”.

Dentre os resultados esperados deste projeto, ressalta-se a qualificação da assistência prestada ao usuário a partir da capacitação de profissionais, alocação adequada de recursos (tecnologias e insumos), implantação de rotinas e protocolos baseados em boas práticas, que possam convergir no giro de leitos e desfechos clínicos favoráveis. Estes resultados estão em consonância com a primeira diretriz da  PNAES (2023): “ampliação e garantia do acesso da população a serviços especializados, em tempo oportuno, com referência territorial e considerando as necessidades regionais, garantindo a equidade no atendimento, a qualidade assistencial, a integralidade e a maior efetividade e eficiência na aplicação dos recursos financeiros”.

Além disso, o projeto ainda estabelece conexão com o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP, 2013), o qual recentemente completou uma década. O PNSP institui a cultura de segurança como um elemento transversal que permeia os quatro eixos:      

  • estímulo a uma prática assistencial segura;
  • envolvimento do cidadão na sua segurança;
  • inclusão do tema no ensino;    
  • incremento de pesquisa sobre o tema.
  • No cenário brasileiro, de acordo com um estudo publicado na Revista de Saúde Pública sobre hospitais do Distrito Federal, evidenciou-se que a percepção a respeito da cultura de segurança entre profissionais de saúde de hospitais públicos é frágil e conhecê-la é importante para a melhorar a qualidade dos cuidados (Carvalho, P. A et al: 2021). Nesse sentido, o projeto tem como eixos estratégicos: o desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde e a capacitação de profissionais. O objetivo é promover uma gestão participativa e educativa, que esteja próxima dos prestadores de assistência e permita uma colaboração conjunta para alcançar o melhor resultado para os usuários.


    Métodos

    No triênio 2024-2026 o RHP é composto pelas seguintes iniciativas:

  • Continuidade do Plano de Ação Prioritário em dois serviços de Boa Vista (RR) até dezembro de 2024;
  • Seleção de 141 hospitais via CIB para direcionamento do tipo de intervenção, conforme resultado da avaliação diagnóstica inicial;
  • Dois ciclos de acompanhamento para hospitais com processos frágeis (até 40% em conformidade na FAHosp), por 15 meses entre os anos 2024/2025 e 2025/2026 divididos em três módulos: Planejamento, Implantação/Implementação e Monitoramento - Avaliação (FAHosp final);
  • Quatro ciclos de acompanhamento por seis meses para hospitais com resultado a partir de 41% em conformidade na FAHosp e que requerem aprimoramento do NIR ou criação do NAC ou Farmácia Clínica com otimização de recursos;
  • Pactuação de metas e termos de compromissos com Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Superintendência do Ministério da Saúde no Estado conforme perfil de gestão;
  • Formação das equipes de referência  dos hospitais participantes e reconhecimento da participação.
  • O processo de apoio a gestão das intituições é suportado por atividades de educação, acompanhamento de implementação e avaliação:

  • Trilhas de aprendizagem com metodologias ativas nos temas: Mapeamento de Processos, Responsabilização e Liderança, Qualidade e Segurança do Paciente, Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), Auditoria Interna, entre outras;
  • Canal de comunicação com usuários (biblioteca, tutorais, plataforma de indicadores);
  • Visitas para assessoria multiprofissional;
  • Reuniões por videoconferências multiprofissionais e por categorias;
  • Reuniões de Status Report com as direções;
  • Benchmarking estaduais;
  • Reuniões de monitoramento com área técnica DAHU/SAES.

  • Equipe

    • Hospital Alemão Oswaldo Cruz




    • Hospital Moinhos de Vento




    • Hospital Sírio-Libanês




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